Covid-19: negros sem escolaridade têm 4 vezes mais chances de morrer 

Levantamento analisou quase 30 mil casos de internações no Brasil
Levantamento analisou quase 30 mil casos de internações no Brasil ANDERSON LIRA/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Um estudo realizado pelo Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde, da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica), do Rio de Janeiro, apontou que as chances de um paciente preto ou pardo e analfabeto morrer em decorrência da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, são 3,8 vezes maiores do que de um paciente branco e com nível superior. O levantamento, que analisou quase 30 mil casos de internações, abordou o impacto das desigualdades sociais na letalidade da doença no Brasil. 

A comparação feita pelos pesquisadores mostra que entre os pacientes internados de cor branca, 62,07% se recuperaram, enquanto 37,93% morreram. Entre pretos e pardos, a situação se inverte: são 54,78% de mortes e 45,22% de recuperados.

Quando a análise é feita pela escolaridade, pessoas com nível superior representavam 22% das mortes analisadas, enquanto os sem escolaridade chegavam a 71,31%.

"Quanto maior o nível de escolaridade, menor a letalidade. Este efeito pode ser resultado de diferenças de renda, que geram disparidades no acesso aos serviços básicos sanitários e de saúde", aponta o estudo.

A soma dos dois índices mostra uma letalidade muito maior para negros sem escolaridade, de acordo com os pesquisadores, acrescentando que o estudo evidencia "as enormes disparidades no acesso e qualidade do tratamento no Brasil."

"Observa-se que pretos e pardos apresentaram maior percentagem de óbitos em relação aos brancos, em todos os níveis de escolaridade. Desta forma, pretos e pardos sem escolaridade mostraram uma proporção 4 vezes maior de morte do que brancos com nível superior (80,35% contra 19,65%)", mostra a análise do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde.

Mesmo que tenham a mesma faixa de escolaridade, pretos e pardos apresentaram uma proporção de mortes em média 37% maior do que brancos, sendo que entre pessoas de nível superior essa diferença é maior ainda, chegando a 50%.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, brancos representavam 51,4% do total de internados por Covid-19 no país até 18 de maio, enquanto pretos e pardos eram 46,7%. Em termos de óbitos, pretos e pardos representavam 54,8% e brancos 43,1%.

Na terça-feira, o Brasil chegou a 391 mil casos confirmados do novo coronavírus, com mais de 24.500 óbitos. O país é o segundo do mundo com mais casos da Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos.

O estudo do NOIS analisou ainda o Índice de Desenvolvimento Humanos dos Municípios onde ocorreram os casos. Segundo os pesquisadores, o IDH também parece ser um fator relevante para o desfecho dos pacientes com COVID-19.

"A chance de morte num município com baixo ou médio IDH é quase o dobro num município com IDHM muito alto", diz o documento.



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