O apresentador, Galvão Bueno, 69, postou um vídeo no Instagram mostrando que está fazendo um tratamento a laser para edema nas cordas vocais. "Passei mesmo um sufoco. Estava perdendo a voz achando que era uma gripe forte e, na verdade, era um edema nas cordas vocais e uma inflamação de laringe. Quem descobriu foi a minha fonoaudióloga", diz ele nesse vídeo.
Segundo o otorrinolaringologista Fausto Nakandakari, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, esse edema pode ter sido provocado pelo uso excesssivo da voz e até por gripe.
Ele explica que muitas vezes, a inflamação da gripe, que costuma ocorrer no nariz, desce para a laringe e causa o edema. “O edema nada mais é que um inchaço, causado por uma inflamação que produz secreção”, afirma.
O médico diz que existem diversas causas como o uso contínuo e exagerado da voz, refluxo e tabagismo. O edema causado pelo cigarro é chamado de edema de Reinke.
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O principal sintoma do edema é a rouquidão. Crianças podem sentir sensação de sufocamento, pois o inchaço pode dificultar a passagem de ar. Porém, a rouquidão não é sintoma, apenas, do edema. Ela pode ser sinal de casos mais graves, como nódulos vocais, calos que aparecem no centro das cordas e pólipos vocais, que são lesões traumáticas, de acordo com o otorrinolaringologista.
Os pólipos podem acontecer quando uma pessoa vai a um show ou a uma partida de futebol e grita muito. O uso exagerado das cordas vocais pode levar a um edema, mas, caso não melhore em 30 dias, é preciso consultar um médico, pois pode haver um pólipo.
Segundo Nakandakari, as pessoas que mais devem se preocupar com edema são os profissionais da voz, ou seja, que tem a voz como instrumento de trabalho. Entre eles estão apresentadores, cantores, palestrantes, professores, secretárias e personal trainers. “O ideal é que esses profissionais tenham uma rotina de cuidados, que frequentem preventivamente o médico e façam fonoterapia [exercícios para as cordas vocais]”, diz.
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Para esse tipo de trabalhador, o tratamento é indicado até nos casos mais simples e consiste no repouso da voz, no uso de anti-inflamatórios tópicos e na fonoterapia, que são exercícios para as cordas vocais.
“Muitos [fonoaudiólogos] estão usando esse laser, como o que o Galvão mostra no vídeo, mas esse método ainda não possui estudos científicos suficientes que comprovem sua eficácia”, afirma.
O intuito desse tipo de tratamento é que as ondas do laser diminuam o processo de inflamação, eliminando as células inflamatórias.
No vídeo, Galvão afirma que está se tratando com laser enquanto a fonoaudióloga aponta um aparelho que emite luz vermelha para seu pescoço, na região das cordas vocais (veja abaixo).
Segundo o médico, o edema em si não traz outras complicações. “A causa do edema pode ser a causa de outros problemas nas cordas vocais. Se a causa for o cigarro, a voz fica cada vez pior. O tabagismo é o principal fator de risco para o tumor na corda vocal”, explica.
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Nakandakari afirma que o edema de Reinke pode melhorar apenas se o paciente parar de fumar. Alguns casos mais graves precisam de cirurgia para drenar o inchaço. A gravidade do caso vai ser determinada pelo médico dependendo do volume do edema. O otorrinolaringologista alerta que, caso o paciente faça a cirurgia, mas continue fumando, o problema pode voltar.
Nakandakari recomenda que, ao apresentar rouquidão, a pessoa se mantenha hidratada, não grite e não fale por períodos maiores que 2 horas ininterruptamente. Trinta dias de rouquidão é o limite para procurar um médico. No caso dos profissionais da voz, é necessário procurar um médico imediatamente ao sintoma.
*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini
Assista ao vídeo de Galvão Bueno recebendo tratamento a laser:
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