Estudantes que perderam Enem por causa de ação da PM poderão refazer prova

MATHEUS ROCHA
RIO DE JANEIRO, RJ

Os estudantes do complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, que perderam o primeiro dia do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) por causa da operação da Polícia Militar que deixou nove pessoas mortas podem solicitar, a partir desta segunda (29), a reaplicação da prova.

Segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas), autarquia responsável pelo exame, os estudantes podem fazer o pedido na página do participante, no site do Enem, até 3 de dezembro. As provas serão reaplicadas nos dias 9 e 16 de janeiro.

O edital da prova prevê a possibilidade de reaplicação por questões logísticas, como desastres naturais, falta de energia elétrica, falha no dispositivo eletrônico fornecido ao participante que solicitou uso de leitor de tela ou erro de execução de procedimento de aplicação que incorra em comprovado prejuízo ao participante.

Dados da Fundação Cesgranrio, responsável pela aplicação da prova no estado, indicam que 500 jovens que fariam o Enem em seis locais próximos ao Salgueiro não compareceram. Isso representa uma abstenção de 24,4%, ainda abaixo da média estadual, de 24,9%.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, uma das estudantes contou que não ter conseguido fazer a prova por causa dos confrontos piorou o seu quadro de depressão. "Fiquei triste, deprimida. Foi um dia péssimo. Espero ter outra oportunidade. Eu não tenho culpa de estar aqui, morando nesse lugar."

A mãe da vestibulanda disse que ela queria sair de casa mesmo com o tiroteio, mas que achou melhor não permitir. "A gente mora em um lugar bem próximo ao acontecimento. Aquela correria toda, dando tiro toda hora, não tinha como deixá-la ir. Eu falei: 'prefiro você viva'".

Em razão de casos como esse, a Defensoria Pública da União chegou a enviar um ofício para o Inep pedindo que as provas fossem reaplicadas para os candidatos do Complexo do Salgueiro e para todos aqueles que prestariam o exame em lugares que ficam a até 5 km do local da operação.

A ação da polícia que terminou com nove mortos começou no sábado (20), depois que o PM Leandro Rumbelsperger da Silva foi morto a tiros na comunidade. No domingo, agentes do Bope (Batalhão de Operações Especiais) entraram na comunidade à procura dos responsáveis pela morte do sargento.

Apontado como um dos envolvidos no assassinato, Igor da Costa Coutinho foi baleado no domingo, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Na segunda (22), oito corpos foram retirados de um manguezal pelos moradores. A operação é alvo de investigações do Ministério Público e das polícias civil e militar.

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