Uso excessivo de telas rouba horas de sono de crianças e adolescentes

Uso de aparelhos eletrônico em excesso atrapalha qualidade do sono de crianças e adolescentes
Uso de aparelhos eletrônico em excesso atrapalha qualidade do sono de crianças e adolescentes Pixabay

O uso de equipamentos eletrônicos, como celulares, tablets e computadores, além da televisão, tem ocupado cada vez mais o dia a dia de crianças e adolescentes, principalmente após a pandemia. Os danos desse excesso causados ao desenvolvimento das pessoas até os 15 anos são tema de estudos e pesquisas no mundo todo. 

Na última semana, pesquisadores da Universidade do Sul da Dinamarca publicaram um artigo na revista científica BMC Public Health, em que reuniu 49 estudos sobre o tema e concluíram que o uso abusivo de telas rouba horas de sonos das crianças e adolescentes.

"Dados recentes de uma estatística global, mostra que mais de  60% das crianças no mundo passam mais do que quatro horas em frente a uma tela e 30% mais de oito horas. Isso é muita coisa. Para agravar o problema, um estudo norte-americano indicou que quase 90% das crianças e adolescentes usam os aparelhos na hora de dormir", afirma a pediatra Renata Prado, membro do Departamento de Medicina do Sono da SBP-SP (Sociedade de Pediatria de São Paulo). 

Os pesquisadores perceberam a evidência da associação entre o uso de mídia eletrônica e o atraso na hora de dormir e má qualidade do sono entre crianças de 6 a 12 anos. Para jovens entre 13 e 15 anos, houve evidências de associações entre tempo de tela e problemas para adormecer, e entre uso de mídia social e má qualidade do sono.

Os efeitos acontecem devido a um estímulo grande na hora em que as pessoas deveriam de estar em um processo de relaxamento e calma para ajudar o adormecimento. "O efeito direto no sono por causa uma estimulação psicocognitiva, aquele jovem fica em estado de alerta esperando uma mensagem, ele deitou para dormir tocou uma notificação e ele já vai ver. Ou ele lembra de um jogo, vai lá e joga mais um pouquinho. Toda essa excitação e os efeitos da própria tela com muitas informações, fazem uma estimulação, mas também acaba interferindo em aspectos fisiológicos", observa Renata.

O sono de qualidade é fundamental para o bom desenvolvimento cognitivo, que ajuda no aprendizado; na consolidação de memória; nas alteração de humor da criança, perda de atenção e na saúde de uma maneira geral. 

"Tem estudos que mostram que as interrupções de sono da criança e adolescentes estão associadas a alterações comportamentais, são mais irritadiças, agressivas. Além de estarem mais expostas à acidentes, porque os jovens e crianças são mais impulsivos, então a chance de se expor em acidentes de atropelamento, afogamento é muito maior", alerta a pediatra. 

Quanto tempo é permitido uma criança usar eletrônicos?

Como é praticamente impossível fazer com que as crianças não usem tantas telas, a SBP orienta que os pais estipulem regras de tempo de uso. No caso de crianças até dois anos, não é recomendado a utilização. Entre os pré-escolares a exposição deve ser em torno de uma hora por dia, nas crianças de 6 a 10 anos cerca de duas horas por dia, já nos adolescentes por volta de três horas por dia.

A especialista lembra que o horário de uso é tão fundamental quanto período de exposição. "Cerca de duas horas, ou pelo menos uma hora antes de dormir o controle seja rigoroso de não ter nenhum contato com as telas. Sejam feitas atividades mais voltadas para acalmar, relaxar, com menos luzes acessas na casa em geral", ressalta Renata.

E acrescenta: "A forma que essa criança adormece é importante, é melhor que não seja feito na frente da televisão, com mamadeira, leite, na cama dos pais ou no sofá e depois levado para a própria cama, tudo isso causa interrupção no sono. A interrupção traz os problemas."

Como fazer as crianças dormirem no tempo certo?

A necessidade de sono varia de acordo com a idade da pessoa. De acordo com a Fundação Nacional do Sono, crianças de 1 a 2 anos é recomendado dormir de 11 a 14 horas; de 3 a 5 anos, de 10 a 13 horas; de 6 a 13 anos, de 9 a 11 horas; e 14 a 17 anos, de 8 a 10 horas.

Renata conta que mudar alguns hábitos pode contribuir para chegar a um tempo mais perto da recomendação e fazer com que a qualidade do sono das crianças e jovens seja melhor.

"Não existe uma fórmula mágica, mas em primeiro lugar é importante manter hábitos e rotinas. Nosso cérebro aprende aquilo que se repete. Além disso, a criança precisa ter um ambiente físico adequado, seguro, com luminosidade adequada, silencioso, temperatura certa, livre do contato com eletrônicos próximo do horário de dormir, diminuindo o ritmo de atividades na hora de dormir", diz a pediatra.

E finaliza: "É importante não consumir comidas e bebidas estimulantes à noite. Evitar chocolate, refrigerante, chá mate, cafeína, ou medicações com estimulante, no caso dos adolescentes."



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