Empresário que vendeu Covaxin nega irregularidade na negociação

Precisa Medicamentos foi a intermediária para a compra da vacina Covaxin, da companhia indiana Bharat Biotech
Precisa Medicamentos foi a intermediária para a compra da vacina Covaxin, da companhia indiana Bharat Biotech KEVIN DAVID/A7 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Responsável por vender a vacina indiana Covaxin para o governo federal, o empresário Francisco Emerson Maximiano, sócio-administrador da Precisa Medicamentos, encaminhou à CPI da Covid uma carta em que rejeita seguranças oferecidos pelo colegiado e diz que não houve irregularidades na negociação.

A CPI apura suspeitas de corrupção envolvendo o processo de contratação. Na carta, ele também diz não ter nada a falar contra o governo. "O investigado Francisco Maximiano não se sente e jamais se sentiu ameaçado", informa documento enviado à CPI na quinta-feira (24) e assinado por ele e por seus advogados, Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso.

Na carta aos senadores, Maximiano nega qualquer tipo de irregularidade na negociação de compra da vacina indiana e classifica as denúncias como parte de uma guerra política: "Quem precisa de proteção é essa população que se vê em meio a uma briga política".

O dono da Precisa está convocado para depor na comissão, mas afirmou que não tem a intenção de trazer fatos que prejudiquem o governo de Jair Bolsonaro. "É inequívoco que o investigado Francisco Maximiano não tem qualquer fato a depor perante essa CPI contra o atual governo", consta no documento enviado aos senadores do colegiado.

O relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), criticou a atitude de Maximiano e declarou que a CPI faz um levantamento de quem ele é e de casos passados em que ele foi alvo de apuração de irregularidades. "Ele mandou uma carta dizendo que não precisava (de seguranças). A garantia de vida é para não prevaricar. Esse cara com esses segredos todos, lidando com milicianos..."

A CPI apura se o governo comprou a Covaxin por um preço 1.000% maior do que, seis meses antes, era estimado pela própria fabricante. Telegrama sigiloso da embaixada brasileira em Nova Délhi, de agosto do ano passado, ao qual a reportagem do jornal O Estado de S.Paulo teve acesso, informava que o imunizante produzido pela Bharat Biotech tinha o preço avaliado em 100 rúpias (US$ 1,34 a dose). Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde pagou US$ 15 por unidade (R$ 80,70, na cotação da época) - a mais cara das seis vacinas compradas até agora.

Ao contrário dos demais imunizantes, negociados diretamente com seus fabricantes (no país ou no exterior), a compra da Covaxin pelo Brasil foi intermediada pela Precisa Medicamentos. A empresa virou alvo da CPI da Covid, que na semana passada autorizou a quebra dos sigilos telefônico, telemático, fiscal e bancário de Maximiano. O depoimento do empresário na comissão estava marcado para a semana passada, mas ele alegou estar em quarentena após voltar da Índia e não compareceu.

Além da Precisa, Maximiano também é presidente da Global Saúde, empresa que já foi alvo de ação por irregularidades em contrato com o Ministério da Saúde. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público Federal do Distrito Federal à época em que Ricardo Barros (Progressistas-PR), hoje líder do governo Bolsonaro, era ministro. Na ocasião, a pasta pagou R$ 20 milhões para comprar remédios de alto custo a pacientes com doenças raras, mas os produtos nunca foram entregues.

 

 



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