O deputado estadual do Amazonas Fausto Vieira dos Santos Junior (MDB) afirmou na CPI da Covid desta terça-feira (29) que houve "uma negação da necessidade de se haver o lockdown" no Amazonas em dezembro do ano passado, quando o governo estadual revogou decreto recém-publicado e que impunha medidas restritivas, como o fechamento do comércio.
O parlamentar foi relator da CPI da Saúde realizada pela Assembleia Legislativa do estado no ano passado e foi chamado à CPI do Senado para prestar informações acerca das irregularidades no combate à pandemia no Amazonas, um dos estados brasileiros mais afetados pelo novo coronavírus.
Fausto Junior foi questionado sobre a desistência do governo do Amazonas de impor restrições ao comércio. O decreto que impunha a quarentena, publicado em 23 de dezembro, foi revogado no dia 29 daquele mês, após pressão de comerciantes. Naquela altura, o estado já vivia um cenário de aumento de número de casos de covid-19 e viu o número de mortes subir radicalmente em janeiro, quando cidades como Manaus viveram ainda uma crise de falta de oxigênio para atender os pacientes. O número de óbitos pulou de 460 em dezembro para 3.536 no primeiro mês de 2021.
Fausto Junior afirmou que houve uma pressão popular muito forte pela revogação das medidas de isoalmento em dezembro. "Donos de restaurantes se prepararam para uma demanda diferenciada no fim de ano. Compraram produtos perecíveis para suportar aquela demanda. Subitamente houve a edição do decreto. Eles tiveram um prejuízo incalculável", avalia o deputado. Ele diz entender que houve falta de diálogo entre o governo e o setor.
O deputado foi bastante questionado por não ter indiciado o governador Wilson Lima (PSC) na CPI da Saúde em seu estado, apesar de ter indiciado outras 50 pessoas. Ele afirmou reiteradas vezes que algumas ações representam má gestão, mas que a CPI teria que ter provado a existência de crimes para que o mandatário pudesse ser punido.
A Polícia Federal investigou diversas ações do governo estadual duranta a pandemia e apurou, por exemplo, o superfaturamento na compra de respiradores.
De acordo com Fausto Junior, somente a Polícia Federal tinha elementos para apontar responsabilidades de Wilson Lima. "Eu tenho convicção de que o governador sabia de tudo, mas a CPI precisa provar", disse o deputado estadual.
O deputado estadual foi convocado pelo senador Marcos Rogério (DEM-RO), que afirmou que o depoimento evidencia a má gestão dos recursos federais pelos estados e pediu que o STF (Supremo Tribunal Federal) reveja sua posição de impor restrições à investigação da CPI federal em relação aos gastos dos demais entes federativos. O Supremo já decidiu, por exemplo, suspender a convocação de governadores à comissão.
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