'Desafio da hepatite C é saber que tem', diz paciente curado

Carlos Varaldo, 72, passou mais de 10 anos sem saber que tinha hepatite C
Carlos Varaldo, 72, passou mais de 10 anos sem saber que tinha hepatite C Arquivo pessoal

"O desafio da hepatite C é saber que tem", diz Carlos Varaldo, 72, curado da hepatite C e presidente da ONG Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite, que hoje tem 22 mil associados. Portador do problema sem saber por mais de 10 anos, ele descobriu a doença durante um exame de triagem para doar sangue e enfrentou o tratamento quando ainda oferecia severos efeitos colaterais.

"A doença foi descoberta em 1989 e eu descobri a hepatite 4 anos depois. No Brasil, o médico me falou que eu morreria em 6 meses. Fui, então, para Barcelona atrás de um médico que estava em evidência na área e ele me ofereceu 7% de cura. Iniciei o tratamento", relembra.

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Hoje em dia o tratamento da hepatite C consiste em um comprimido por dia, durante oito semanas, sem reações adversas. Na época, a terapia era três injeções por semana e quatro pílulas por dia durante 21 meses, na Europa. No Brasil não havia tratamento.

"Nunca me esqueço do efeito colateral. Parecia que a alma ia sair do corpo. Muita gente não conseguia completar o tratamento. Era muito sofrido, perdi 18 kg, perdi cabelo, perdi dentes. Mas não reclamo, pois me curei", afirma.

Varaldo conta que pagou no tratamento US$ 60 mil dólares (cerca de R$ 226 mil). Hoje, o medicamento continua sendo considerado de alto custo, mas, segundo ele, todo o tratamento de oito semanas custa R$ 1.100 ao SUS. O serviço público oferece o tratamento completo gratuitamente. 

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Ele explica que o remédio esteve em falta no país no ano passado, o que levou 17 mil pessoas a ficaram sem o remédio durante um ano, mas que esse fluxo já está normalizado. "A progressão da hepatite C é lenta. É preciso cerca de 23 anos para se desenvolver uma cirrose. Portanto, ficar sem o medicamento por um ano não traz consequências tão graves", afirma. "Mas quando a pessoa sabe que tem um vírus, ela fica ansiosa para curá-lo", completa.

Varaldo diz que não sabe como contraiu a doença. Para ele, os principais fatores de risco hoje são equipamentos não higienizados de manicures, sexo desprotegido e uso de drogas injetáveis, além da transmissão de mãe contaminada para filho durante a gestação. "Cerca de 160 mil pessoas já receberam o tratamento pelo SUS, mas 500 mil ainda não sabem que têm a doença", afirma.

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Ele ressalta que o teste para diagnóstico é simples, "Uma picada no dedo e o resultado sai em dez minutos", diz. "O tratamento que existe hoje para a hepatite C foi uma revolução fantástica", finaliza.

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