Após 1 ano de pandemia, síndrome de burnout cresce ainda mais

Síndrome pode ser confundida com ansiedade e depressão, mas está ligada ao trabalho
Síndrome pode ser confundida com ansiedade e depressão, mas está ligada ao trabalho Reprodução/Pixabay

No momento em que a pandemia de covid-19 completa um ano no Brasil, com novos recordes de mortes sendo registrados, casos relacionados a síndrome de burnout também apresentaram um aumento expressivo, segundo afirma o psiquiatra Eduardo Perin, especialista em terapia cognitivo-comportamental pelo Ambulatório de Ansiedade do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

Ele explica que a síndrome, relacionada diretamente à relação da pessoa com o trabalho, está presente em todas as profissões, principalmente nas que envolvem muita responsabilidade e pressão, como no caso de médicos e enfermeiros, profissionais que atuam na linha de frente do combate à covid-19. 

Além disso, em alguns casos, a sobrecarga de trabalho provocada pela rotina de home office, potencializada pelo isolamento social, também fez com com que a síndrome se tornasse um problema a ser enfrentado neste cenário.

“Tenho visto vários casos psiquiátricos aumentarem, e o burnout é um deles”, afirma Perin. “A rotina de trabalho em casa fica muito diferente, porque o trabalho invade a rotina da pessoa e ela acaba trabalhando muito mais do que se estivesse na empresa, misturando o trabalho com a vida pessoal”.

Apesar de ter sintomas parecidos com os de ansiedade e depressão, a síndrome de burnout pode ser desencadeada por um comportamento perfeccionista em relação ao trabalho, sobrecarga de horários e pressão.

Há alguns comportamentos que podem ser sinais de burnout, como trabalhar em horários fora do expediente, se dedicar à preparação do trabalho aos finais de semana e o afastamento do convívio social.

“Esse profissional começa a ficar mais frio e distante das pessoas a sua volta, passa a ver outras pessoas de uma forma menos humana, com mais agressividade, como se ele desenvolvesse um humor ácido com o estresse, fala do trabalho de uma forma mais fria. Até que isso tudo entra em pane, ele acaba não suportando e adoece”, explica o especialista.

A síndrome entrou para a Classificação Internacional de Doenças da OMS (Organização Mundial da Saúde) apenas em 2019 e pode, muitas vezes, ser confundida com outros transtornos psiquiátricos. “A pessoa desenvolve irritabilidade, ansiedade, insônia e alguns sintomas depressivos como falta de vontade de fazer as coisas”, afirma Perin.

No entanto, em casos de ansiedade generalizada ou depressão, há outros fatores, que não apenas a relação com o trabalho, envolvidos no diagnóstico. “O burnout tem sintomas ansiosos e depressivos, mas não fecha todos os critérios para depressão e ansiedade. Mas ele é também um fator de risco para o desenvolvimento desses problemas e pode chegar a uma gravidade, ao ponto de levar ao sucidio”, diz o psiquiatra.

De acordo com o especialista, a síndrome não pode ser totalmente evitada. O tratamento é feito por meio de psicoterapia, mas também pode envolver medicamentos (antidepressivos e/ou ansiolíticos). Em alguns casos, requer afastamento temporário do emprego e também mudanças nas condições de trabalho.

 



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