Por que temos mais dificuldade para dormir no calor? 

Hormônio do sono só é produzido no escuro
Hormônio do sono só é produzido no escuro Freepik

Em dias e noites quentes, é comum que as pessoas tenham mais dificuldade para conseguir dormir. Isso acontece porque nessa situação também é mais difícil alcançar um dos pontos essenciais para o início do sono: a diminuição da temperatura corporal.

“É obrigatório haver uma queda de temperatura para começar o sono, mas isso é mais difícil de acontecer durante o calor”, afirma a neurologista Andrea Bacelar, presidente da ABS (Associação Brasileira do Sono).

“Em países tropicais, se não há climatização, a temperatura do corpo tende a cair, mas o ambiente quente dificulta essa queda. Isso atrapalha o início e a continuidade do sono”, acrescenta.

A mudança é muito pequena em termos de graus, por isso, não é possível definir uma temperatura ideal para que o sono se inicie. Além disso, a maneira como ela se manifesta varia conforme cada estação do ano.

“Quando a temperatura [do ambiente] está agradável, geralmente em meia estação ou no inverno, a gente está bem e começa a sentir frio nas extremidades [do corpo], como o pé”, exemplifica.

“Mas no verão, a gente não sente frio, é uma sensação muito mais de sonolência do que de queda de temperatura [do corpo]”, compara.

De acordo com a especialista, o organismo humano tem um mecanismo natural para causar a diminuição da própria temperatura. Ele acontece no decorrer da tarde e à noite.

“O horário exato varia de pessoa para pessoa. Isso faz parte do ritmo biológico de cada um”, explica.

Sono de crianças e idosos é mais vulnerável

O sono de crianças e idosos fica ainda mais vulnerável no calor. No primeiro caso, essa situação acontece porque o organismo ainda não tem um sistema de regulação da própria temperatura completamente formado.

“Por isso, as crianças têm convulsão febril. A febre gera desequilíbrio da atividade elétrica [dos neurônios]. É uma prova de que o sistema termorregulador não está formado”, esclarece Andrea.

Já na população a partir dos 65 anos de idade, esse mecanismo regulador não funciona bem.

“Um idoso pode ter infecção e não ter febre. O corpo não consegue manifestar esse sintoma de que algo está errado. Esse é um dos motivos para a fragmentação do sono, além do desequilíbrio dos neurotransmissores que atuam nessa área”, completa.

Leia também: Falta de sono estimula área do cérebro que aumenta a ansiedade

 

 

Dicas para conseguir dormir bem no verão
Corpo precisa ter leve resfriamento na hora de dormir
Corpo precisa ter leve resfriamento na hora de dormir Freepik

 

 

O ideal é ter um ambiente agradável. Ele precisa estar limpo, silencioso, climatizado e escuro, descreve a neurologista.

Ela explica que a melatonina, mais conhecida como hormônio do sono, só é produzida na escuridão. “Se houver muita luz, ela vai entrar pela retina e inibir a glândula que produz esse hormônio”, alerta.

É recomendado se alimentar num prazo de até três horas antes de dormir. A pessoa deve ingerir alimentos leves, como verduras, legumes e frutas.

“Alimentações volumosas e calóricas, próximas do horário de dormir, dificultam esse processo, assim como a ingestão de estimulantes, tipo o café”, afirma.

Hábitos já difundidos para pegar no sono também têm efeito. “Muitas pessoas dizem que despertam na madrugada com calor e vão resfriar esse corpo para embalar o sono novamente. Isso é instintivo, mas realmente ajuda”, destaca.

Aquecer o corpo para estimular o seu mecanismo de diminuição de temperatura também é eficaz quando o ambiente está em clima mais ameno.

“Por outro lado, o chá também auxilia porque uma bebida aquecida gera o aumento da temperatura do corpo, com isso, ele vai trabalhar para que ocorra um resfriamento”, explica a médica.

“O mesmo acontece quando alguém está com dificuldade para dormir e toma um banho morno”, completa.

Dormir oito horas é o ideal?

De acordo com Andrea, não existe um tempo correto de duração do sono. As oito horas correspondem a uma média da população adulta. “Mas não é um padrão. Existem pessoas que se sentem bem mesmo dormindo mais ou menos que isso”.

A neurologista enfatiza que ninguém deve se automedicar, mesmo que esteja com problemas de insônia. Contudo, ela destaca que todos precisam entender a importância de uma noite bem dormida.

“Um sono ruim prejudica todo o sistema do corpo e favorece problemas como obesidade, diabetes e distúrbios de humor”, finaliza.

Insônia? Conheça 10 alimentos que ajudam a melhorar o sono:

 



from R7 - Saúde https://ift.tt/2sC9E4f
via IFTTT
Share on Google Plus

About Brasileiro Nato

Ut wisi enim ad minim veniam, quis nostrud exerci tation ullamcorper suscipit lobortis nisl ut aliquip ex ea commodo consequat. Duis autem vel eum iriure dolor in hendrerit in vulputate velit esse molestie consequat, vel illum dolore eu feugiat nulla facilisis at vero eros et accumsan et iusto odio dignissim qui blandit praesent luptatum zzril delenit augue duis.

0 comentários:

Postar um comentário