Partidos fracos tornam ministros mais isolados

Abraham Weintraub tem sofrido duras críticas
Abraham Weintraub tem sofrido duras críticas Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O mês do presidente Jair Bolsonaro foi menos polêmico do que janeiro de 2019. Mais acostumado a governar, diminuiu o ímpeto no Twitter. E conseguiu o que queria no imbróglio com Sergio Moro. Deu um susto no ex-juiz ao cogitar tirar de seu ministério o tema da segurança e colocou-o no defensiva.

É um balé delicado, esse com Moro. Um precisa do outro. Bolsonaro quer se beneficiar da popularidade do ministro. Moro estaria sem trabalho (da política) se o presidente não tivesse lhe convidado para o governo. De qualquer maneira, parece que se pacificaram.

Mas dois outros ministros estão agora sob pressão.

Abraham Weintraub, na Educação, sofre duras críticas há tempos. Ela aumentaram após os erros na condução do Enem, tornados ainda mais visíveis depois que o ministro afirmou que havia sido realizado “o melhor Enem de todos os tempos”. Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara dos Deputados, chegou até a associar (exageradamente) a postura de Weintraub à falta de investidores internacionais.

O surpreendente é que ninguém socorreu Weintraub. No Brasil, o ministro da Educação costuma ser filiado a um partido político – ou ao menos apoiado por um informalmente. A presença de partidos organizados ajuda a suavizar esse tipo de crise.

Nem mesmo Onyx Lorenzoni (DEM), na Casa Civil, tem sido apoiado pelo próprio partido. O ministro corre risco de ser demitido por não ter resolvido o caso do subordinado que usou avião da FAB e irritou os apoiadores de Bolsonaro.

A fragilidade de Onyx e Weintraub em seus cargos seria bem menor se legendas fortes os apoiassem. Bons partidos políticos fazem falta.


(Este artigo expressa a opinião do autor, não representando necessariamente a opinião institucional da FGV)



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